Mensagens

A mostrar mensagens de novembro, 2017

Da comunicação

Enquanto fazia a minha primeira tatuagem ouci imenso a tatuadora. Teria uns 40 anos e três filhos. Fazia um ano da saída da mãe do internamento imediato após a primeira ursinha cá ter aparecido (30 Maio penso de cor). Aprendi bastante. Ainda hoje tenho como verdades. "Se tu não estiveres bem, não consegues que eles estejam bem". Uma preocupação constante minha com a mãe. E uma máxima que tenho tentado praticar com esta ursinha mais velha "quem fala a verdade não merece castigo". O medo das consequências é terrível. Sei como me interpretam quando falo «normalmente» para mim «irritadíssimo» para vocês. Portanto, eu sou um assutador obstáculo à vossa confissão daquilo que realmente se passou. Infelizmente para mim, só sabendo o que se passou vos consigo ajudar. Senão estou à caça de gambuzinos, estou perdido num problema que não existe. A ideia de que temos de nos chatear depois de saber a asneira é falsa, embora contra-intuitiva. Temos de ficar felizes porque h

Problemas de comunicação

A mãe não fala muito. O pai tem mais assunto, e fala. E quando fala, ele fala. A mãe tenta ouvir. Vocês interrompem. A Iara, sabendo que tem de respeitar a vez, aguarda o momento mais certo para falar. Bernardo, ainda não conhecendo algumas boas regras, fala por cima de quem esteja a falar. Quando a mãe fala com o pai, a mãe continua a falar com o pai e diz para aguardarem as interrupções. O pai quando ouve a mãe, vai respondendo em simultâneo ao Bernardo, ficando eu a falar sozinha até me calar. Isto deixa-me triste. Se eu quando estou com o pai, estou quase sempre com vocês, se o pai não gosta de ser interrompido e quando quer falar, tem de falar (ou fica mesmo chateado, mesmo que não o faça voluntariamente), já quando a mãe fala com o pai e algum de vós interrompe e o pai vos responde, sinto-me deixada para trás, porque nunca assim, poderei falar com ninguém, porque estou sempre com vocês! Já reparei que a avó Lili faz o mesmo. Se eu estiver a contar algo e o Bernardo aparece a

Vacinas e febres sacanas

Violeta sempre foi saudável. Praticamente 12 meses sem febre. Muito rija, mesmo em pequenina nos meses de inverno. Uma ou outra noite mais obstruída, lembro-me mesmo de fazer lavagem com soro e aspiração com o narinel e ela foi-se safando com rijeza às doenças. Mas aos 12 meses, depois das vacinas, uma semana depois, apareceu a maldita febre que não a deixou dormir. Acordar em pranto, chorar, cólinho, dormir ao cólo, pânico de deitar na cama e... já está com 15 meses. Umas noites descansou bem, acordando apenas para comer ou nem isso. As outras foram bastante incompreensíveis porque não aparecia febre, e falamos de noites seguidas, depois de passar bem os dias. Sinto-me pela primeira vez sem saber o que fazer com a minha ursinha mais pequena. Não sei como ajudá-la. Nem a longo prazo nem a prazo imediato, pois ela para acalmar o choro noturno é demais complicado. Ontem acordou com febre. Bernardo na noite de Segunda fª teve febre... tive de ir com ele ao hospital pois chorava agarra

O urso P. é de ouro

O urso P. é o melhor pai do mundo. Rezingão, exigente, abrutalhado nas palavras, mas ainda assim o pai mais preocupado, participativo, amigo e com braços e mãos do tamanho do mundo. O urso P. pega em nós com mestria, não deixando nenhum cair. O urso P. esteve um ano mal. De sofrimento intenso diário, não nos negando a sua presença diária, nem resfriando a sua energia, nunca deixou de estar connosco, por medo de falhar, por medo do que não se sabia se iria correr bem ou mal. O urso P. é o homem mais altruísta, bondoso e forte que vocês conhecem, e nunca, nunca conhecerão homem mais forte que ele. Não haverá homem algum que resista tanto tempo à dor, sem refilar, sem se desmoronar, sem socar médicos incompetentes, sem escrever reclamações. O urso P. que pouca paciência tem, teve paciência todos os dias dum ano, e no final, ainda se sentiu grato por isso. O urso P. com dores incessantes, trabalhou todos os dias, de corpo e mente, de forma intensa e produtiva, em dose redobrada, po

Da gratidão

A ursinha V tem dado umas noites de choro valente e pouco descanso. Jantamos às 23.20 há uma semana. E descemos por que ela chama, ou pouco depois de adormecer no sofá. Ainda assim, em estado de valente derretimento mental hoje tive alguns pensamos inteligentes. Sendo dia de efeméride a esquecer finalmente senti a hipocrisia do egoísmo. Não sou eu são vocês. Não interessa aquilo que eu faça na vida. Interessa aquilo que vocês sintam do que eu vos faça na vida. Sendo dia de primeira nota da ursinha I, efeméride a não esquecer, senti um grande orgulho. Disse-lhe umas frases importantes, que gostaria que não esquecesse. Desejaria que os grandes mimos e cócegas e sorrisos que dei a todos tenham o mesmo efeito e a mesma importância. Que a felicidade vos acompanhe. Que eu hoje que lêem seja o melhor pai do mundo, esse que não sou enquanto escrevo. Que eu consiga encurtar a distância a essa mãe maravilhosa que têm. Que felicidade me acompanha... Estimem e apreciem a vossa mãe. É a m

Um rebuçadinho

Olá. Este foi um fim-de-semana animado. Houve caça às bolotas. Houve dança na sala. Houve compras de Natal (shiu...). Houve prendas oficiais. Houve almoço fora com vista para comboios. Houve leitura de livros novos. Festa de rabos ao léu... The whole nine yards . A alegria que sinto agora que recordei todos estes momentos felizes a esta hora é muito diferente da que tenho sentido no período das 4-8 da manhã. Também é melhor do que as caras de rabo que vejo ao acordar senhoritas às 7.30, ou um senhorzinho às 17.10... O sorrizinho ao deitar, as caras de conforto no pijama. Os xau-xaus acenados, ou sorridos. As conversas de almofada, agora que está fresquinho e apetece deitar convosco, são um rebuçadinho que qualquer dia trinco. Caminhas de bebé preparem-se! Se a ursinha-mãe não me quiser a ressonar perto dela, vou colar-me às mantinhas quentes que vos cercam. Boa noite e bem-vindos ao fresco do Inverno com quente polar. Pai.

Dependência e falta de confiança

A coisa que mais ressalta nestes últimos dias, é que a Violeta tem vindo a demonstrar uma dependência muito grande de aconchego para se sentir confortável e bem. Muito física, muito de abraços e mãos e cólo. Talvez porque existe outro ser, o Bernardo, que constitua uma ameaça aos olhos dela, ou talvez outro motivo que em nada esteja relacionado e não consigo identificar... Violeta já sabe andar. Tenho vídeos que demonstram que ela é bem capaz de andar 20 passos sem qualquer ajuda! No entanto, no dia seguinte ao consegui-lo, não quis soltar a mão. E passaram-se dias e dias (veja-se a data do post anterior) e continua sem querer soltar a mão... Fico triste, porque ela já consegue mas não se sente confiante para o fazer. Fico também triste, porque sinto e sei que tenho falhado com o Bernardo principalmente, que é aquele que está comigo e com ela em simultâneo, e como ela me é tão absorvente, não consigo prestar-lhe a atenção que quero, não consigo estimulá-lo como sempre o fiz... isso a