Montes de amor
O nosso casamento já foi só rosas. Miminho, dormir, descanso. Nada de discussões. Hoje o pai anda muito stressado, sempre. Tudo é o caos para ele. Vocês, a vossa agitação ainda lhe causa estranheza, e só pode falar um de cada vez e... acho que aqui se percebe que ele foi filho único. Que me perdoe, mas é isso. Queria que ele percebesse que somos 5. E que não somos 5 adultos. Alguém que lhe esprema os braços e o abane e que o traga à tona. Que as asneiras fiquem do lado de fora da casa. Que ele volte a sorrir com vontade e alegria. Que entenda que os miudos causam stress, todo o dia, todos os dias. Mas que entenda que não me pode stressar ainda mais e me cortar o peito, agredindo os filhos com a língua sem travões e voz altiva e omnipresente. Anteontem depois do pai falar mais uma vez mal com o Bernardo, eu senti-me a ir abaixo. Toda eu tremia. Estava capaz de desmaiar se continuasse a pensar no assunto e que as pernas estavam a tremer, o coração a ficar pesado, as mãos a tremer,