Meu Benito

Isto da disposição das crianças muda muito rapidamente em dias.
Se a mãe andava sem saber o que fazer às birras do meu príncipe, agora posso dizer que ando a sentir uma enorme empatia e carinho por ele. Ele anda a pedir-me socorro com alguma frequência, sinto-o declaradamente mais frágil no seio das irmãs (que se unem com facilidade e entendimento).
Enquanto as irmãs brincam, ou ficam unidas, ele fica só, no seu canto, a ver os seus bonecos, a brincar com os seus carros. É certo que desta maneira há menos confusão, mas dói-me o peito vê-lo sozinho quando poderiam estar os três a entender-se e a divertirem-se como em tempos acontecia.
O Bernardo derrete-se com mimo, fecha os olhos quando lhe festinho as bochechas, e cada vez pede mais colinho.
A sua voz ou maneira de falar alterou, fala em tom agudo, onde entendo mais um sinal de que pede ajuda e por isso aumenta o volume da voz e fica assim...
Quero sempre embalar os meus pequenos que mais precisam, desta vez é ele. E pergunto-me, não merecia ele um mano? outro compincha com quem partilhar os carrinhos? Merecia. Muito. Mas acertar no sexo de um bebé é incontrolável. E o dinheiro que não existe não estica. E isso dá-me tristeza. Porque tudo o que dita este tipo de decisão tão tão importante, é o cabrão do dinheiro. Dinheiro dinheiro dinheiro. Deixa de ser algo emocional. E isso é muito triste.
O Bernardo apareceu em resposta a vermos a Iara a falar sozinha enquanto brincava sozinha.
Quero o melhor para todos os três, mas o que é certo, e inexplicavelmente, quando saio sozinha com os três, estou sempre a controlar em volta a pensar que falta o 4º. Não estou a ficar maluca, mas a frequência com que se repete a sensação do faltar mais um ali no imediato, nas compras, é estranha e forte.
Quero que todos se adorem, se abracem, se mimem, se acompanhem. Com vontade, não a pedido.
Não quero o meu bebé triste quando perceber que está só.
Afinal de contas, ele continua a ser um bebé. Tem 3 anos ainda. Tão pequenino, e tão imenso.
Sê forte filho. A Violeta há de aprender (um bocadinho) a partilhar mais. A Iara irá acalmar os sermões e as atitudes arrogantes para contigo. Ainda hoje lhe contei que ela te dava colinho, abraços, miminho até há bem pouco tempo. Ela ficou um pouco triste. Acho que percebeu que eu estava a falar coisas acertadas e lembrou o quanto gosta de ti. Mas há de voltar a acontecer. Espero. E tenho de acreditar nisso. Por ti. Por todos. Vocês já brincaram tão bem. O que aconteceu tão repentinamente que os separou?

Amo-te muito meu filho.

A mãe.

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