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9 anos de Iara, 5 anos de Bernardo

As nossas vidas mudaram. Estamos em tempos de pós-quarentena, e vocês tiveram um aniversário diferente. Contudo, mesmo fechados, saímos no dia de cada aniversário e regressámos um pouco à normalidade. A Iara não tem escola desde meados de Março (estamos a 29 de Maio 2020). O peito fica angustiado por cada aniversário que vos vê fazer. É a contagem decrescente. Em breve vão para a universidade (conversa de velhotes, mas penso muita vez nisto). Queria muito que todos fossem felizes. Cá em casa são felizes os três. Estão em auto gestão todo o dia, entretém-se sozinhos, Iara tem a teleescola, trabalhos e trabalhos de casa... Bernardo passa o dia em desenhos e recortes e colagens. Eu passo o dia a cortar fita-cola para ele fazer colagens. Violeta traz-me papinhas de terra e plástico para comer. Digo mil vezes ao dia que não posso que estou a trabalhar. A mãe está a trabalhar, parece que agora é empresa. Se por um lado podemos ter orgulho nesta parte, por outra, a mãe tem sen

Bernardo

Hoje vou deitar-me com o peito triste. O meu Bernardo anda de tal modo alterado, diferente, que hoje enquanto chorava e exigia cólo, bateu-me mais do que uma vez. Estive agora a ver vídeos dele em bebé para acreditar que a minha memória tem razão quanto à minha ideia dele mimoso e amigo desde bebé. Não sei que fazer. Ando desesperada. Dei-lhe dois estalos nas mãos por me ter batido. Um menino pequenino que só queria cólo e amparo da mãe. Porquê? não sei. Mas está constantemente a pedir socorro. Só me apetece chorar, chorar e chorar. Não sei o que fazer. Não tenho paciência para mais. Se continua assim, serei a mãe mais incapaz de todo o sempre. Filho, volta a ti, a ser o meigo e amigo que eras. Não sei viver com este teu novo tu. Não consigo engolir os teus  puxões. As tuas birras, os teus braços de ferro que só surgem comigo de forma repetida. Sinto que me estás a testar além do meu limite e tenho medo de cair. O pai não é chamado no que diz respeito a educação e bons cost

3 anos de Violeta mimosa

Esta miúda está unha e carne comigo. Quer estar sempre comigo, de preferência abraçada. Confesso que a melhor hora do dia é quando lhe vou dar o biberão, e ao mesmo tempo faço vozes de personagens que inventei, para os fazer rir. É o registo mais divertido do meu dia, porque o resto do dia andamos a brincar pouco, a rir pouco. Sinto culpa, enorme culpa porque tenho tentado continuar a trabalhar de dia e não produzir de noite, o que faz com que eles fiquem rabugentos, a vêr tv ou o meu telemóvel (youtube) e façam birras, e o dia seja pouco alegre... Em três anos desta princesa, posso dizer que continua muito fofinha, doce, mimosa, sorridente, adora que lhe dê biberão (interessante como para ela se tornou mesmo como o acto de mamar - só aceita da mãe e de mais ninguém!, vá o pai, se for de madrugada o que acontece raramente - mas aceita - das avós e irmãos não aceita. Pumbas. Continua a gostar de puzzles, adora loicinhas e loiças vista alegre, fazer papinhas, super atlética, ador

COMO NÃO ESCREVO HÁ TANTO TEMPO????

Bernardo ficou internado no Carnaval, no dia do desfile de Carnaval da escola da Iara. Já estava fraco depois de dias de vómitos e diarreia. Ficámos uns dias lá até recuperar. A Violeta e a Iara ficaram com os avós Zés em Grandola. Estamos em Julho. Já fomos uma semana de férias de verão (qual verão) para Tavira. Estivemos esta semana pela primeira vez sem os três meninos. Já estão em casa e voltou tudo ao normal. A mãe a fazer 1000horas de trabalho por dia. Hoje meti a hipótese de fechar a loja. Estou cansada das noites e dias e noites e dias. Estou mesmo cansada e já queimei os cartuchos de descanso (mesmo sem ter tido descanso). Estou exaurida. Ando com a tensão baixinha. Os meninos andam ríspidos uns com os outros. Todos querem a mamã. O almoço tem de ser dado porque não está mais nenhum adulto cá em casa. Filhos da puta os que acham que trabalhar de casa é fácil. Experimentem fazê-lo e gerir 3 miudos. E deitar à noitada. Nunca costurei um cú. De repente, faço ninhos,

Bernardo meu amor

A saúde do Bernardo numa quarta-feira foi abaixo. Passou o dia a vomitar. Todo o dia. No final do dia fui pedir ajuda, porque ele não aceitava nada e precisava hidratar-se. Por milagre, na viagem, não vomita depois de ficarmos uma hora parados no trânsito. No hospital aceitou os electrólitos bem como o xarope para parar de vomitar. Diagnóstico de gastroenterite. Noite de 4ª para 5ª feira, Bernardo tem febre alta. Mesmo com brufene, não desaparece a febre. Mantem-se a febre de dia, almoça e brinca. Horas depois já está em baixo, não aceita comer, nem beber, vomita o almoço. Noite de febre. Sexta-feira, não come, faz diarreias, só bebe água e aceita brufene. Nada mais. Numa das diarreias, engole babas e babas e mastiga a seco, revira olhos e descai a cabeça. A mãe, estava sozinha com vocês. Percebo ali que já está a precisar de ajuda. Cama, descanso, água e água. Exausto, parado, não quer ver tv. Bebé... Pai mal, foi pôr as meninas a grandola para podermos ter disponibilidade total p

Gestão insuficiente

A mãe sente que não está a cumprir bem o seu papel. Chega pelas 15h e a mãe já está com os cartuchos descabelados, com pouca paciência, e vocês energéticos, loucos, desarrumados, caóticos. Quando chega a hora de o pai chegar, a mãe vê ali a luz ao fundo do túnel, as coisas acalmam e vocês acalmam também. Gostava que conseguissemos chegar a essa hora mais tranquilos, não desesperados. Neste momento, sinto que não tenho ninguém que esteja a sentir o mesmo que eu. Porque ninguém tem 3 filhos, porque ninguém está em casa com os 3 filhos, e porque ninguém está em casa com os três filhos e gere um pequeno negócio e executa o que vende no seu negócio. Quero com isto dizer que dava vontade de esfregar tudo isto na cara de todos aqueles que outrora olharam para mim como preguiçosa, que vive à conta do marido, e dondoca. Estamos a falar de pessoas que em alguma circusntância, pertenceram ao nosso círculo. Senti-me muito bem na semana passada por comprar ténis aos mais pequenos e pagar c

Sustos de mãe

Semana passada, enquanto brincávamos na rua, a Violeta caiu. Só de recordar a imagem da menina a perder gotas enormes e continuas de sangue do queixo, cerro os olhos e já choro. Tive medo que tivesse cortado uma artéria importante, que estivesse contra o tempo, tinha de ser rápida a agir, quando só a queria ao meu cólo calminha e tranquila e que tudo se tratasse num segundo. Sustos de sangue, foi o primeiro, e estou ainda de coração partido e tão fraquinho. Felizmente a menina acalmou ao meu cólo, parou de chorar e deixou-me comprimir a ferida que percebi ser pequena mas funda. Deve ter sido um bico da calçada que perfurou sem dificuldades, porque caiu sem mãos no chão, porque a Iara estava a segurar-lhe as mãos. Merda ter escrito isto e lembrado. Não foi preciso pontos. A bebé é realmente forte e portou-se muito bem no centro de saúde. Chorou e sofreu um pouco nessa noite, mas no dia seguinte a cicatrização estava a correr bem, até raspar novamente o queixo no tapete e abrir um p