Dependência e falta de confiança

A coisa que mais ressalta nestes últimos dias, é que a Violeta tem vindo a demonstrar uma dependência muito grande de aconchego para se sentir confortável e bem. Muito física, muito de abraços e mãos e cólo. Talvez porque existe outro ser, o Bernardo, que constitua uma ameaça aos olhos dela, ou talvez outro motivo que em nada esteja relacionado e não consigo identificar...
Violeta já sabe andar. Tenho vídeos que demonstram que ela é bem capaz de andar 20 passos sem qualquer ajuda! No entanto, no dia seguinte ao consegui-lo, não quis soltar a mão. E passaram-se dias e dias (veja-se a data do post anterior) e continua sem querer soltar a mão...
Fico triste, porque ela já consegue mas não se sente confiante para o fazer. Fico também triste, porque sinto e sei que tenho falhado com o Bernardo principalmente, que é aquele que está comigo e com ela em simultâneo, e como ela me é tão absorvente, não consigo prestar-lhe a atenção que quero, não consigo estimulá-lo como sempre o fiz... isso acabou há semanas praticamente. Limito-me a falar com ele e a inventar esquemas para Violeta não chorar. Ela solta-me uns instantes e eu já tenho a reacção de tentar "fugir" para coisas simples como ir guardar o leite à cozinha que avabei de tirar, ir ao wc sem que ela me impeça, enfim. Tanta tanta coisa que precisaria de me sentir mais à vontade de fazer e não consigo! Com a Iara não me recordo de ser assim, ela em casa sentia-se bem e ficava bem. Bernardo também se entretia muito com os brinquedos que queria explorar e dominar ao máximo. Violeta não é criança de objectos, é mais de emoções e risos e choro. É mais corporal, música, dança e entretenimento. Não demonstra muito interesse por objectos, e só se agarra ou se dirige a eles, se realmente sentir que vale a pena (gosta de loiças de vidro, bebe café e faz o som com vigor, gosta de bolas mas só por vezes, gosta de abrir e fechar portas - principalmente as da cozinha de brincar do ikea, e gosta dos gatos; claro que as tecnologias também a fascinam, e já tenta mudar de canal).
Por tudo isto, não me tenho sentido capaz de dar conta do recado. Pela culpa de querer "escapar", pela culpa do sentir que ela já acordou e eu não quero acordar, e outros aspectos menos positivos.
Não aconteceu um acontecimento marcante, a meu ver, que lhe pudesse ter causado esta sensação de abandono tão intensa e frequente (tendo em conta que trato dela em exclusivo e nunca a deixo com ninguém, não consigo identificar nada que a possa ter "traumatizado").
Queria estar mais bem comigo e connosco, e para isso isto tem de mudar. Mentalizo-me que é uma fase, mas ter isso em mente não basta para me sentir bem aquando dos momentos em que me sinto sem mãos... Dou todo o cólo que consigo, ou que tem de ser, e isso maximiza o conforto dela. Dela. E o Bernardo? também bebé que por vezes me pede abraços, atenção, colinho até...
Amanhã já não me quererá, mas não precisa de ser assim...

Meus pequeninos...

A mãe.

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