Bernardo

Hoje vou deitar-me com o peito triste.

O meu Bernardo anda de tal modo alterado, diferente, que hoje enquanto chorava e exigia cólo, bateu-me mais do que uma vez.

Estive agora a ver vídeos dele em bebé para acreditar que a minha memória tem razão quanto à minha ideia dele mimoso e amigo desde bebé.

Não sei que fazer. Ando desesperada. Dei-lhe dois estalos nas mãos por me ter batido. Um menino pequenino que só queria cólo e amparo da mãe. Porquê? não sei. Mas está constantemente a pedir socorro.

Só me apetece chorar, chorar e chorar. Não sei o que fazer. Não tenho paciência para mais. Se continua assim, serei a mãe mais incapaz de todo o sempre.

Filho, volta a ti, a ser o meigo e amigo que eras. Não sei viver com este teu novo tu. Não consigo engolir os teus  puxões. As tuas birras, os teus braços de ferro que só surgem comigo de forma repetida.

Sinto que me estás a testar além do meu limite e tenho medo de cair. O pai não é chamado no que diz respeito a educação e bons costumes. O pai descontrola-se com nada.

Precisava de alguém equilibrado que me ajudasse. Mas não tenho quem me possa ajudar, a não seres tu próprio filho. A avó Lili assistiu ao episódio de hoje e nada fez, nada disse, nem durante nem após.

A mãe pede-te para perceberes que nunca deixei de gostar de ti, que continuas a ser o meu bebé, e perdoa toda a negligência sistemática e repetida que os pais cometem contigo.

Não tens culpa de ter tido muito menos tempo do que as manas.

A tua mãe gosta muito de ti. Que acredites no que dizes, quando me dizes que sabes que gosto muito de ti...

A mãe.

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