coisas menos boas

Evito vir escrever coisas menos boas. Gosto de escrever as coisas boas, as vossas conquistas. Deixei de escrever tão assiduamente por falta de tempo, mas também para não poluir este diário.
Posso dizer que há dias em que me sinto um alien e só quero suplicar que se portem bem. Quando tenho de andar uma hora de volta da pequena entre consolos e tentar convencer e ralhar porque temos de mudar a fralda ou vestir. Quando lhe suplico para comer e só penica o que quer. Quando lhe digo que não pode brincar com a caixa de alfinetes e ela foge já em pranto e tenho de lhe arrancar a caixa. Numa hora já gastei o plafon de birras que o pai não vê numa semana todas juntas. Estou cansada, desesperada e sem bagagem para lidar com a pequena. Parece indomável apesar de doce. Adora aninhar-se em mim, mima-me como nenhum, mas desobedece-me também como nenhum. E aliado à desobediência, aparece o choro estridente.
É um sentimento de incompetência que sinto. Enorme.
O pai tem-se rompido todo da boca à primeira que qualquer um faça. E estou francamente farta disso. Pede desculpa, arrepende-se. Mas começo a ficar consistentemente revoltada com isso.
Vamos criar os miúdos no meio de asneiras, gritos e tons mais que autoritários para homens adultos, quanto mais aplicados ao regime infantil dos 2 aos 7 anos.
Há dias em que esta casa parece de malucos. E dias em que sinto uma carga pesada demais às costas. Coisas que não sou eu que provoco que tenho de tentar remediar.

Tenho um fardo enorme às costas.

O pai vai ler isto, vai ficar triste. E eu começo a perder a fé que as coisas se endireitam.

Cansaço. Não foi isto que planeei. E não era isto que tinhamos há poucos anos atrás. Como se estragou tanto? Como se manipula uma pessoa a fazer só o que nós queremos?

Tudo melhorará para vocês, quanto mais não seja no dia em que saírem de casa já criados e adultos de sucesso. Mas até lá, de preferência que sejam felizes connosco. Era esse o planeado. Falta-me o sorriso já várias vezes a mais. Não tenho o poder de limpar tristezas e injectar felicidade nos outros.

Que cresçam sem problemas, e com estrutura. É o que peço de momento...

A mãe.

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