Dias menos animados

Não quero que este diário seja algo que sirva para vir registar só coisas más, queixumes ou lamúrias, mas também não acho que quando a mãe esteja pesada por causa da maternidade, não o deva escrever, para relembrar mais tarde, que assim foi.
O Bernardo e a Iara estiveram em casa dos avós zés 5 dias (regressaram na parte da manhã do 5º dia). Iara conta que Bernardo não se portava mal, mas, o que é certo, é que quando estou só com vocês filhos, a coisa não anda a correr bem. Logo de manhã ainda antes do pequeno-almoço, o meu filho pede-me chocolate. Em jejum, a mãe tem de dizer que não. Ele insiste num tom já chateado, e com outra recusa, começa a chorar e a exigir "Sim Sim!!!".
O Bernardo sempre teve a minha total admiração pela sua personalidade calma, tranquilo, muito inteligente e com quem desde cedo se conseguiu manter uma conversa.
Neste momento o Bernardo não aprecia a voz da mãe (é um ruído branco para ele). Só me ouve quando lhe digo que não pode algo, e responde logo com tom abusivo, acompanhado de movimentos corporais ameaçadores, e choro.
Tenho de me recordar durante estes momentos que tudo são fases, que tenho de me controlar, mas também não ceder. É duro não ceder e não ser ditadora/agressiva ou até mesmo, passada!
Iara diz que o irmão não se portou assim: em minha defesa, devia ter o seu avô a dar-lhe assistência a 1000%, os dois juntinhos a tagalerarem bastante. Não sei se ele passava os dias a comer chocolate, mas sei que os avós trouxeram um saco de restos de chocolate.
Não tirei senha para aturar birras assim. Não tirei senha para o meu filho ser viciado em chocolate, e estar um birrento muito sensível.
Hoje passámos o dia na casa da tia Carla (o pai esteve a trabalhar, chegou no fim da tarde). Passei quase todo o dia com a Violeta ao cólo. Fora de casa ainda mais ela se agarra a mim.
Estou cansada, desanimada.
O que estou a fazer de errado? como posso encaminhar a Violeta a ser menos macaquinha? Estou mesmo cansada de ser "obrigada" a andar com ela ao cólo, de ter de ir ao wc com ela, de ter de preparar o almoço com ela ao cólo, de ter de ficar sem o meu gelado, sem o meu café, sem o meu copo de água.
Sei que esta miúda me ama muito. Vê-se em tudo o que faz, mas a barra já foi mais leve para a consciência da mãe.
Será que posso dizer que estou cansada, quando não tenho um emprego e passo o dia em casa, todos os dias a conviver com uma bagunça que me repele de pegar no que seja? "deixem-me só ir arrumar a porqueira, não não me deixam, também não tenho vontade. Vou sentar-me com vocês.".
A Violeta em casa com os irmãos já não se agarra tanto (mas quando os manos estiveram ausentes só queria o meu cólo). Mas em eventos sociais, que poderiam ser proveitosos para todos, é quando eu fico mais triste, porque ela não se solta, apesar de ser simpática.
O que estou a fazer de errado com o Bernardo?
Que as birras passem rápido, que a mãe ganhe energia e se sinta com mais força, que a Violeta se solte ainda mais.
Que Iara apesar de tudo, goste de estar connosco nesta nossa vidinha... por favor filha...

A mãe.

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