A pança da mãe
A mãe tem andado um pouco triste com o seu próprio corpo.
Parece que, nas férias, com o espelho do wc que fica a uma altura à qual se vê a barriga, se apercebeu do tamanho da sua barriga e ficou triste.
A recuperação do pós-parto da Violeta não foi difícil, até porque, naquela altura, todos estavam a dormir às 21h30/22h, pelo que me dava margem suficiente para fazer alguma ginástica na altura em que senti necessidade disso, para voltar ao "lugar". E penso que, e acima de tudo com a falta de apetite, a amamentação ainda abundante, e as preocupações com o pai (o nervosismo por si só derrete os alimentos), tudo junto fez com que a recuperação física fosse de alguma maneira gradual e fácil.
Volvidos dois anos, tenho uma grande decepção: parece que a barriga cresceu, localmente. Deixei de tirar leite, deixei de produzir.
Continuo a tomar o mesmo pequeno-almoço, não como doces enquanto estou em casa, e o jantar como a dose certa, acho (no sentido de não comer exageradamente).
Ando triste porque não deixei de ter cuidados - não só pela forma física, mas também pela saúde. Estou em casa, logo, se cá houvesse e se fosse indisciplinada, poderia comer às horas que me apetecesse até acabar o stock, todos os dias... Mas a manutenção dos cuidados pelos vistos não foi suficiente.
Dou muito cólo em tranches (quando saímos), de forma intensiva, à minha bebé. À custa disso, ganhei mais massa nos braços, pescoço, e costas (muscular).
Ainda vejo o six pack (quando a barriga contrai), mas também vejo uma hérnia umbilical grande, e toda a zona do estômago insuflada.
Será da postura devido ao cólo repetido? será emagrecimento na parte superior? (perdi volume nas mamas e abaixo delas não há qualquer gordura). Perdi músculo abaixo das mamas?
Perdi peso. Estou entre os 49 e os 51 (tendo em conta que a balança de casa marca 47 a 49kg). Ou então pronto, que sejam 52kg, continuam a ser menos que os 56/57 pesados na Sofia na úultima consulta da Violeta (acho).
Posso pôr em cima da mesa várias hipóteses que me parecem plausíveis.
O que tenho de pensar para não ficar triste: não estou muito mal para quem teve três gravidezes; não estou muito mal para quem teve duas gravidezes. Haverá quem tenha ficado bem pior com uma gravidez "só". E não quero fazer desporto entre as 23h40 e as 6h da manhã.
O marido concordar com o exagero da barriga não me deixa alegre, muito pelo contrário. Gostava de ouvir um "isso não é nada, é pequenina", como ouvi em outros tempos.
Dar importância ao físico acaba por ser tão importante como dar importância à saúde mental. Isto porque, se não nos sentirmos bem com o nosso corpo, a nossa "roupa", a nossa postura no dia a dia vai ser afectada.
E eu ando com esta panca. Afinal há quanto tempo está aqui a barriga? foi a diástese que aumentou? até que ponto é que deixa de ser só estético?
Gostava de num tempo não longínquo, pudesse ir a umas aulas de ginásio sem remorsos, e sem que nenhum filho fique a chorar por mim. Ter essa liberdade e a saber a liberdade e não que estou a ser a prisioneira fugidia, e que haverá sofrimento por isso (pela Violeta e não apenas meu).
O pai corre todos os dias da semana. Não está um esqueleto seco, poderei até dizer que tem mais massa gorda na zona da barriga/peito que eu. Mas é grande, esticado, tudo disfarça. A mãe é pequena, sempre toda a vida, quando comia uma ervilha, via-se de lado.
Caramba. Nunca gostei do meu corpo. E com mamas menores e barriga maior, ainda menos posso gostar.
Que vocês tenham sorte, e não se martirizem com estas questões, e que sejam felizes! Sei que a saúde é tudo, mas tem-me dado para isto, como pessoa comum que sou (e numa altura em que todo o mundo é fit e vai ao ginásio todos os dias!).
A mãe.
Parece que, nas férias, com o espelho do wc que fica a uma altura à qual se vê a barriga, se apercebeu do tamanho da sua barriga e ficou triste.
A recuperação do pós-parto da Violeta não foi difícil, até porque, naquela altura, todos estavam a dormir às 21h30/22h, pelo que me dava margem suficiente para fazer alguma ginástica na altura em que senti necessidade disso, para voltar ao "lugar". E penso que, e acima de tudo com a falta de apetite, a amamentação ainda abundante, e as preocupações com o pai (o nervosismo por si só derrete os alimentos), tudo junto fez com que a recuperação física fosse de alguma maneira gradual e fácil.
Volvidos dois anos, tenho uma grande decepção: parece que a barriga cresceu, localmente. Deixei de tirar leite, deixei de produzir.
Continuo a tomar o mesmo pequeno-almoço, não como doces enquanto estou em casa, e o jantar como a dose certa, acho (no sentido de não comer exageradamente).
Ando triste porque não deixei de ter cuidados - não só pela forma física, mas também pela saúde. Estou em casa, logo, se cá houvesse e se fosse indisciplinada, poderia comer às horas que me apetecesse até acabar o stock, todos os dias... Mas a manutenção dos cuidados pelos vistos não foi suficiente.
Dou muito cólo em tranches (quando saímos), de forma intensiva, à minha bebé. À custa disso, ganhei mais massa nos braços, pescoço, e costas (muscular).
Ainda vejo o six pack (quando a barriga contrai), mas também vejo uma hérnia umbilical grande, e toda a zona do estômago insuflada.
Será da postura devido ao cólo repetido? será emagrecimento na parte superior? (perdi volume nas mamas e abaixo delas não há qualquer gordura). Perdi músculo abaixo das mamas?
Perdi peso. Estou entre os 49 e os 51 (tendo em conta que a balança de casa marca 47 a 49kg). Ou então pronto, que sejam 52kg, continuam a ser menos que os 56/57 pesados na Sofia na úultima consulta da Violeta (acho).
Posso pôr em cima da mesa várias hipóteses que me parecem plausíveis.
O que tenho de pensar para não ficar triste: não estou muito mal para quem teve três gravidezes; não estou muito mal para quem teve duas gravidezes. Haverá quem tenha ficado bem pior com uma gravidez "só". E não quero fazer desporto entre as 23h40 e as 6h da manhã.
O marido concordar com o exagero da barriga não me deixa alegre, muito pelo contrário. Gostava de ouvir um "isso não é nada, é pequenina", como ouvi em outros tempos.
Dar importância ao físico acaba por ser tão importante como dar importância à saúde mental. Isto porque, se não nos sentirmos bem com o nosso corpo, a nossa "roupa", a nossa postura no dia a dia vai ser afectada.
E eu ando com esta panca. Afinal há quanto tempo está aqui a barriga? foi a diástese que aumentou? até que ponto é que deixa de ser só estético?
Gostava de num tempo não longínquo, pudesse ir a umas aulas de ginásio sem remorsos, e sem que nenhum filho fique a chorar por mim. Ter essa liberdade e a saber a liberdade e não que estou a ser a prisioneira fugidia, e que haverá sofrimento por isso (pela Violeta e não apenas meu).
O pai corre todos os dias da semana. Não está um esqueleto seco, poderei até dizer que tem mais massa gorda na zona da barriga/peito que eu. Mas é grande, esticado, tudo disfarça. A mãe é pequena, sempre toda a vida, quando comia uma ervilha, via-se de lado.
Caramba. Nunca gostei do meu corpo. E com mamas menores e barriga maior, ainda menos posso gostar.
Que vocês tenham sorte, e não se martirizem com estas questões, e que sejam felizes! Sei que a saúde é tudo, mas tem-me dado para isto, como pessoa comum que sou (e numa altura em que todo o mundo é fit e vai ao ginásio todos os dias!).
A mãe.
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