Do remorso

Enquanto pedalo caem-me as lágrimas. Vez atrás de vez.

E isso no que ajuda? E por que não se elimina a causa? E por que é que amanhã voltas a pedalar a chorar? E que alívio proporciona após anos de incómodo uma assumpção de dores que não sentes directamente?

Falo de ti ou de mim?

Que moralidade superior é esta minha de ser homem para pedir desculpa apesar de não ser homem para evitar que elas se gerem gratuitamente. A vergonha que corrói. A vergonha que destrói. A vergonha da cópia. A vergonha do ódio. A vergonha da retracção. A vergonha de não conseguir parar.

Tanto que chorei em criança. Tanto mais choro em adulto. Tanta vez disse o que te faria no futuro e agora que o vivo será que não dirão pior de mim e com ainda mais razão?

Deitar arrependido. Acordar arrependido.

Há dias estava a sentir sinceramente que estava a ser diferente. Ontem, primeiro dia que corri em 3 meses, dia de liberdade, de calor, fui um ser humano vergonhoso. E senti que estava num filme muito visto. E hoje ao deitar falei mal com um pequeno. E volto a sentir-me num ciclo que conheço bem.

Já pensei tanta coisa acertada para acabar com isto. Já pensei tanta coisa tramada para acabar com isto. Já desejei ardentemente haver uma explicação médica física para isto. No dia que deixar de me preocupar deixo de tentar. É esse ânimo que não me pode abandonar.

Eu não sou assim, porém com os últimos anos dizem o contrário, quem serei?

And now
You've become a part of me (You'll always be right here)
You've become a part of me (You'll always be my fear)
I can't separate (Myself from what I've done)
Giving up a part of me
I've let myself become you


Se eu morrer isto é p'ra sempre
Se eu morrer isto é p'ra sempre
(...)
O engraçado é que tu queres mudar, tentas mudar
Mas no fundo sabes que há coisas que
Por mais que tentes nunca mudam
E é isso que te dá raiva
E é por isso que tu estás aqui

Foda-se

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