8 anos de casamento


Eu e o pai fazemos 8 anos de casados em Junho. Sim, já. Ainda há pouco tempo casámos.
Tanta coisa fizemos, tanto vivemos, tanta tanta coisa.
Gostava que fosse sempre um conto de fadas.
Que não houvesse ruído e pedidos envergonhados na rua, entre dentes, que o pai se acalme e que se cale no imediato. Para não fazer/dizer asneiras. Ainda para mais fora de casa.
Hoje tive vontade de fugir, afastar-me. Ali. Na rua.
Mas não posso. Porque estão ali vocês. Mas queria caramba. Queria!!!
Queria que algumas coisas fossem diferentes. Às vezes sinto que a bagagem é muita, e tem de se aguentar mais um pouco até acalmar. Mas assim como ele se sente capaz de dizer o que quer, queria eu poder sair porque queria.
Gostava de não ter tanta bagagem, tanto peso.
Que tudo fosse perfeito e digno de conto de fadas como no início.
Sei que não há coisas perfeitas, muito menos relações.
Mas queria muito que ninguém saísse danificado por erros do outro.
O pai esta semana pediu desculpa. Não respondi.
Quando deixamos de acreditar, e acabamos por aceitar o que está como está, pensar no assunto dá mágoa.
Deixei de acreditar.
E estou triste por isso. Por ter de me render e baixar os braços. E ir levando a mala cheia de bagagem e ir contornando e esquecendo e.

Há dias mais felizes.
Há dias menos felizes com momentos felizes.
Vocês um dia saberão que assim é. Mas queria muito que vissem os pais namorarem. Felizes. Sem discussões e principalmente, que o vosso mundo fosse de paz e de amor. Cá em casa.
Sei que não podemos optar pela nossa personalidade, mas temos de ser capazes de combater as nossas impulsividades. Ou estaria a gamar todos os dias a zara home. E a comer chocolate às tabletes todos os dias. E a ser indelicada com quem não conheço e dizer todas as verdades que ferem os outros, só pelo egoísmo da sinceridade que me apetecesse.

As pessoas mudam: mas a essência não pode ter uma metamorfose tão tão intensa. Pois não??

Deixei de acreditar.
Não deixei de acreditar no amor (esse tem de ser muito, e sei que é infinito da minha parte).
Mas queria que vocês não deixassem de acreditar no amor.

Queria o conto de fadas de volta.
Caramba. Queria mesmo. E posso escrever o sentimento egoista do "eu mereço". Ele também merece. Ambos merecemos.

Desculpem a carga emocional. Nem sempre conseguirei escrever coisas cheias de ternura.
Hoje sou eu quem precisa de cólo e de sorrisos. Amanhã é o dia.

Vivemos e continuaremos a viver momentos muito felizes e perfeitos. Não se assustem. Mas se a mãe pudesse, mudava algumas coisas. Desculpem não conseguir controlar tudo o que precisam.


A mãe.


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