7 anos de Iara

Não quero acreditar que já tens 7 anos. 7 anos meu amor. Destes 7 anos, em 4 foste filha única. "Aprendi" a ser mãe por causa de ti. Aprendi o que era o amor maternal, por causa de ti. Aprendi que o amor que sinto pelos meus filhos, é o que mais importa.
És um pedaço de mim. Vieste de mim!
A esta hora há 7 anos atrás, estava eu com dores já bastante fortes. Só nasceste às 11h10, mas às 20h do dia 16 (data prevista de parto), deste-me um pontapé nas partes tão forte, que rebentaste a tua bolsa!!!
Tens uma genica admirável. Desde o dia zero que me mostraste que eras muito forte. O carinho inicial que senti por ti, foi da admiração por conseguires singrar mesmo na escassez de alimento. O teu crescimento foi de louvar. A tua genica, a tua dança índia na minha barriga desde bastante cedo. Vieste cá para fora, e gostaste do meu cólo como eu amei o teu. Lembro-me de na maternidade, num ataque de choro teu enquanto deitada no berço, peguei-te, deitei-te sobre o meu peito e deitei-me na cama. Ali ficámos, calmas serenas, a trocar miminho uma com a outra. Cor rosácea, mão firme, casaco estiloso, cabelo escuro e comprido atrás, unhas de cor forte, compridas! lembro-me do teu cheiro. Lembro-me de ter sorrido enquanto fazia força para nasceres. Lembro de te pegar depois de limpa. Lembro-me do pai a chorar no canto e eu lhe pedir um beijo enquanto me levavam para o recobro. Será cada vez mais difícil recordar, mas o essencial, o que nos faz bem, fica.
Tive medo de te dar banho no início. Tive pesadelos em como te roubavam de mim. Acordava de noite a chorar com medo. Um dia, depois de nasceres, lembro-me de pensar "então é isto que é o amor por um filho...". Lembro-me de passarmos os primeiros dias em casa sem sair, e de pensar em como estavam a ser dias felizes. Estava a lamber-te. Estava a namorar cada pedacinho de ti. Estava a amamentar-te. E tu estavas bem. Sorrias a dormir. Não eras de muito choro, nem de dia nem de noite.
E cresceste. Em algumas coisas foste difícil de lidar. Mas, sempre foste muito emocional, com muita maturidade e grande compreensão.
O cólo da mãe, as noites coladas, o laço que criámos.
Nasceu o mano quando tinhas 4 anos. Cresceste muito nessa altura. E tens sido a minha melhor amiga.
Ajudas-me muito. Entendes-me muito. Entendes os teus irmãos. Pedes-me cólo. Pedes-me a cama. Pedes-me abraço. Choras se me vês chorar. Tens um cabelo enorme e lindo. És linda. És a parte emocional de nós.
És a primeira e és muito forte. Não duvides de ti minha filha. Levanta a cabeça, mostra-te firme. O mundo vai sorrir-te. Porque mereces, porque tens um coração de ouro. Tu consegues, meu amor.
Quero muito que consigas, tudo. Que a vida seja branda contigo, porque tu tens um coração tão puro, tão bom, os teus braços abraçam e cobrem meio mundo (pelo menos o nosso mundo cá de casa).
Não tenho dúvidas que és a melhor irmã mais velha que os teus irmãos poderiam ter. Não tenho dúvidas que o pai se sente orgulhoso de ti.
Quero muito que gostes de nós, que aceites a mãe acompanhar-te, que consigas falar connosco, que confies em nós. Que me contes segredos, que continues a pedir os meus miminhos...
Por favor.
Que este ano seja um ano muito feliz, sem grandes lágrimas, que continues a ser saudável e principalmente, que espalhes amor como tens feito até aqui.
Desculpa a mãe se por vezes te falto ao respeito.
Desculpa o pai.
Obrigada por tudo meu amor. Obrigada por tudo minha bebé. Nunca, mas nunca, como te digo, te vou deixar de dizer que és e serás sempre, a minha bebé (como me pedes tu para ser e não crescer).

Obrigada minha filha...

A mãe.

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