Vida nova...

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Ao som de

Florence + The Machine - Shake It Out,


escorrem-me as lágrimas.
Sempre odiei decisões. Sou pessoa indecisa desde que me reconheço enquanto gente. Nunca soube o que quero. Sempre preferi opções óbvias que causem pouca indecisão, pouco não saber o que fazer. Sempre soube que queria o pai, por exemplo, sem espaço para dúvidas. Soubemos na hora em que entrámos nesta casa onde vivemos agora, que queriamos alugar esta casa!

Há dias eu e o pai juntos descobrimos um anúncio de uma moradia num sítio mais longe do que o sítio onde vivemos actualmente. Esse anúncio tinha umas fotos tão tão boas, casa arranjada, que ficámos super interessados apesar de percebermos, ser uma casa de beira de estrada.

Adoro a casa onde estamos agora. É arrendada, nunca será nossa. Aqui os miúdos mexem na terra, andam de bicicleta sem vento, apanham sol e chuva, saltam nas poças, são completamente felizes com as áreas interiores. Vivem a casa ao máximo, correm tudo. Esta casa, é a casa de sonho, não houvesse humidade infiltrada nas paredes e disfarçada no ar que respiramos.

A Iara veio para cá com 1 ano e 2 meses. O Bernardo nasceu aqui, assim como a Violeta.
Foi naquele quarto que o Bernardo passou as primeiras noites.
Foi nesta sala que dormi as primeiras noites com a Violeta.

Fomos ver a casa, todos os 5. Fiquei incomodada. A escolha não é óbvia, a casa é bonita, antiga, arranjada, bom espaço, valor muito atrativo. Mas não tem jardim, o que sempre procurei desde o dia zero para a nossa família, mesmo enquanto eramos apenas dois.

Fiquei triste, de coração apertado, por finalmente podermos comprar uma, ser uma do nosso alcance e não estar a contar com um corte e pena de 50.000€ em nosso favor, mas não ser uma decisão de caras!

O pai está super entusiasmado mas, está-me a custar:
Custa não ter jardim para vocês, mas também para a nossa gorda peluda, Penélope (que infelizmente não sabe comportar-se em casa).
Custa continuar a ter de sair de casa obrigatoriamente de carro! sempre de carro! e com tudo a alguma distância. E eu vou estar todo o dia com eles em casa.

Fico triste por finalmente perceber que não teremos melhor. Nem mais, nem melhor (atenção que o melhor aqui seria a localização há muito picada, e jardim). E de certa forma, talvez nos visse melhor. Será que os meninos mais crescidos não vão ter vergonha de morar ali? Será que vão gostar da disposição vertical da casa? será que se vão adaptar à falta de jardim? será que vão chorar a perda desta casa?? Porque tinham as casas de aumentar tanto tanto de valor????

Eu já estou a chorar. Agarro-me às coisas. Mas mais vale enquanto são pequeninos, e irmos já para o nosso ninho, finalmente nosso ninho, do que mais tarde, e ficarmos sem o ninho onde vocês cresceram, porque nunca foi nosso, mas sim emprestado em troca de dinheiro.

Que vocês tenham tudo a que têm direito, que não vos falte nada! que sejam felizes, que todos sejamos felizes então nesta casa, que provavelmente será a nossa...

Lar é onde estamos. Todos reunidos. E como em tudo na vida, não pode haver só decisões fáceis. Tem de haver sempre um gosto mais coiso.

Também me conforta saber que, não será dificil vender a casa caso haja necessidade. O compromisso assusta, mas está na hora de ter essa maturidade e avançar (N pessoas o fizeram, temos os exemplos de ambos os meus irmãos, que se mudaram quando viram melhor!).
Que seja um processo feliz para todos nós! Que a excitação venha com sucesso...

Um beijo meus pequeninos ursinhos.
Um beijo meu protector grande.

A mãe.

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