A mãe ficou um tempo sem escrever. Passou-se o aniversário de namoro, Natal, o Ano Novo, tudo tranquilo sem grandes percalços. O pai esteve de férias uma semana, e foi uma semana muito caseirinha, tal como o tempo gelado assim convida. Iarinha esteve duas semanas em casa. E que bem que me soube tê-la comigo. Neste último mês o Bernardo alterou bastante o seu comportamento. Não consigo identificar o que se passou. Mudámos o quarto dos meninos. Mudámos a Violeta para o quarto dos manos, e agora estão os 3 juntos. Bernardo já está numa cama de crescidos. No início ficou todo contente, e até nas sestas nos primeiros dias, aceitou bem, não fugindo da cama. Algo que se alterou quando ganhou confiança na manobra da saída e a fuga atraente! ele percebeu que poderia simplesmente levantar-se e sair! independência!!! E passadas algumas semanas, enquanto eu adormeço/tento adormecer a Violeta, Bernardo levanta-se e vai à sua vidinha, parecendo um miúdo crescido... Nas férias da Iara e com
O pai descobriu os melhores poetas portugueses contemporâneos. Enterrados entre uma data de asneirada e de basófia que faz parte da cultura do rap... As minhas tentativas de fazer a mãe ouvir a letra já as esgotei todas. Ela ouve a música pela música e eu agora descobri a música pela letra. No meio das minhas crises existenciais permanentes e da música depressiva que por vezes me rodeia (Debussy mil vezes, Kings of Leon, God is an Astronaut) às vezes alguma ressoa. Começando no Slow J, passei às porcarias do Regula e do Holly fui parar ao Dillaz. Copo de balão podia ser eu. Podia ter sido a minha vida. Foi a vida de um bisavô meu. A experiência que tive na sementeira e amanhos vários da primeira parte do que desejaríamos que fosse o vosso montado de sobro, faz-me lembrar muita coisa do "sonhar desta vida" e do "copo de balão". A minha mãe e tios carregavam água o dia inteiro para a ter em casa. A mina do meu avô. O estar a tratar árvores com facilmente uma cente
O nosso casamento já foi só rosas. Miminho, dormir, descanso. Nada de discussões. Hoje o pai anda muito stressado, sempre. Tudo é o caos para ele. Vocês, a vossa agitação ainda lhe causa estranheza, e só pode falar um de cada vez e... acho que aqui se percebe que ele foi filho único. Que me perdoe, mas é isso. Queria que ele percebesse que somos 5. E que não somos 5 adultos. Alguém que lhe esprema os braços e o abane e que o traga à tona. Que as asneiras fiquem do lado de fora da casa. Que ele volte a sorrir com vontade e alegria. Que entenda que os miudos causam stress, todo o dia, todos os dias. Mas que entenda que não me pode stressar ainda mais e me cortar o peito, agredindo os filhos com a língua sem travões e voz altiva e omnipresente. Anteontem depois do pai falar mais uma vez mal com o Bernardo, eu senti-me a ir abaixo. Toda eu tremia. Estava capaz de desmaiar se continuasse a pensar no assunto e que as pernas estavam a tremer, o coração a ficar pesado, as mãos a tremer,
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