Um ano de Violeta

Meu grande, grande amor,

És a nossa terceira filha, mas nem por isso deixamos de viver contigo todos os momentos com intensidade ou entusiasmo, como se fosses o primeiro filho. As tuas conquistas, as tuas gracinhas, os teus sorrisos e miminhos e o pedires contacto corporal derretem-nos mesmo, mesmo de forma muito forte. Talvez por seres a terceira, as vivamos ainda com mais sede, por saber que amanhã tudo isto já foi passado e que o passado não pode ser revivido. As memórias, não passam disso, e o que sentimos ao recordá-las, não nos dá uma unha do que sentimos no momento em si.
Foste uma bebé fácil. A mãe estava mentalizada que pela terceira vez não se iria dormir nesta casa, mas isso foi contradito por ti! Recordo com saudade, as nossas primeiras noites sozinhas em casa, na sala. A mãe no sofá e tu, minorca, na alcofa no chão, com direito a ventoinha ligada e tudo. Acordavas para mamar, e era só. Não acordavas a pedir chucha (porque não aceitavas), nem por qualquer outro motivo a não ser mesmo, fome! De dia também eras muito paciente. Não tenho lembrança de me sentir a desesperar por não conseguir tomar conta do que me propus. O pai ficou em casa connosco as tuas 3 primeiras semanas, mas acho que logo na primeira semana percebi que vocês bebés me iriam ajudar. O mano tinha na altura, 14/15 meses, por isso guardo estes momentos com gratidão a este nosso companheiro, que nos ajudou a sermos certamente mais felizes do que se estivéssemos em namoro exclusivo. Digo eu que certamente. Porque na fase inicial há muito namoro, encantamento, o bebé sorri, mas também tem momentos em que fica cansado de atenção, de estimulação, e o sermos mais, penso ter aliviado essa sobrecarga em ti.
Aceitaste que as mãos da mãe se dividissem entre ti e o mano que ainda não andava, e que também pedia atenção e colinho. Sei que foste bem recebida pelos manos, com entusiasmo da Iara em crescendo, e o carinho peculiar do Bernardo, que se foi moldando tal como o seu feitio. Espero que os vídeos não se percam, em que testemunham o quanto o teu mano também bebé, tanto te mimou sem que a mãe pedisse.
Peço a Deus que as minhas mãos não vos faltem. Peço a Deus que sejas saudável. Que a vida te seja tão fácil quanto aquilo de fácil que foste para mim. Não posso dizer que te conhecia de gingeira, mas houve entendimento imediato entre nós. Não vale a pena falar de amamentação porque isso não mede a relação mãe/filha. Lamento que não tenha corrido bem. Talvez para ti tenha, mas para a mãe era muita dor, e optei por mais uma vez tirar com a bomba e te dar o meu leite no biberão. Ainda hoje com 12 meses, aceitas o leite da mãe. Obrigada filha por me permitires isso. Obrigada filha por me dares tanto, tanto, tanto...
Parabéns minha filha por te teres tornado numa criança tão linda, tão meiga, tão algodão e acima de tudo, amiga. "Mas o que é um bebé não amigo?". Talvez um bebé que queira tudo mas não queira nada, já faça birras porque sim e porque não, que chora quando vê os pais, entre outras mil coisas que provavelmente nem serão propositadas pelo bebé. Mas não quero saber dos outros. Tu és e foste até aqui uma bebé de algodão. Com as suas raivinhas de sono bem potentes de dia, mas até isso eu esqueço.
Parabéns minha caçula. Parabéns meu pinga-amor!
Todos cá em casa te amam, e é isso que quero, que cresças com a certeza que és amada, por todos nós sem excepção.
Que o teu crescimento seja vivido num lar são e feliz. O teu aparecimento, nascimento e crescimento, veio mesmo mesmo na altura certa, com as condicionantes do pai. Se não existisse um momento tão tão feliz, o momento difícil que o pai viveu quase um ano teria sido vivido talvez ainda mais intensamente e loucamente por todos. Limpaste muitas lágrimas e causaste muitos sorrisos. És mesmo uma Violeta nas nossas vidas. Com cheiro fresco e cor alegre. Angelical e doce.
OBRIGADA POR TUDO MEU AMOR...

MEU AMOR GRANDE, GRANDE GRANDE GRANDE.

Tanto haveria por dizer, mas vou escrevendo, e escrevendo.

A mãe.

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